Sobre "as novas regras para antibióticos", absolutamente corretas a princípio, mas a regulamentação causa transtorno aos brasileiros. Fazendo uma análise de causa e efeito:
1. A receita de controle especial tem validade de dez dias, justificada pela especificidades dos mecanismos de ação dos antimicrobianos.
2. Um retorno de consulta médida em prazo de dez dias é necessário para reaviliação do quadro clínico do paciente, antes da prescrição de nova dose do mesmo medicamento, ou novo medicamento, conforme evolução do quadro.
3. Há resolução do Conselho de Federal de Medicina que institui novas regras para o retorno de consultas médicas. Essas consultas só poderão ser cobradas em duas situações: quando novos sinais ou sintomas surgirem no paciente,ou quando a doença exigir um tratamento prolongado, com reavaliações e modificações terapêuticas.
4. Uma consulta particular custa em média R$200. E mesmo que o paciente tenha plano de saúde, dada a modalidade de compreensão de seu plano, uma taxa pode ser cobrada do paciente sobre a realização de cada procedimento médico, inclusive consulta.
O motivo que levou a ANVISA manter sob controle o uso de antibióticos é legítimo: uma semana de antibiótico pode enfraquecer as defesas do corpo por até dois anos, e, por conseguinte, formação de superbactérias. Porém, não há defesa dos direitos do paciente, prevendo a obrigação de retorno de consulta sem ônus quando antibiótico é prescrito.
E mais: controlar o uso de antibióticos em pessoas não é suficiente para conter superbactérias. Como os animais ficam confinados aos milhares, a ocorrência de uma doença em alguns resulta na distribuição de antibióticos para todos, o que favorece a disseminação das superbactérias. Então é preciso também a redução do uso dessas drogas em animais.
Acesso a antibiótico não só fica mais difícil, como também mais caro; e esta medida, por si só, não contém superbactéria.
Moral da história: É sempre mais fácil para o Estado controlar o cidadão.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
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