domingo, 20 de janeiro de 2008
Vaidade
Camila, eu sei que você deve estar achando que eu sou o mais vil dos homens. Safado, ordinário... É... Canalha também. Mas preste atenção no que eu vou dizer: Eu te amo! Tá bom, eu sei que você não acredita agora. Pense nos momentos que passamos juntos. Eu sei que parece que eu não tenho lembrado deles. Mas tem de acreditar em mim! Basta eu fechar os olhos e eu vejo você. Consigo lembrar até do perfume que senti em você quando a conheci. Depois lembro daquela festa em que você foi sem calcinha. Que noite aquela! Mas foi só uma diante de tantas outras. E quem diria... Você, por trás deste jeito de santa... Uma doida gostosa. Tá tá bom! Eu tiro as mãos de você. Eu nem falo com você, se você ficar... O que acha? Eu fico aqui quieto... Por uns dias, até quando quiser. Camila, larga esta mala! Não, eu não vou deixar você sair daqui! Não vou parar de colocar suas roupas de volta ao armário. Nem vou sair da sua frente. Não, não jogue! Opa! Era uma vez um copo. Este passou por perto. Camila, me ouça... Não vou deixar você sair da minha vida! Está me ouvindo?! Eu sei que eu não mando em você... Eu só estou tentando te impedir de ir embora. Sei que eu errei. Perdoe-me. Esqueça tudo. Podemos viajar para onde você quiser! Uma nova lua de mel! O que acha? Não, no inferno não. Merecemos lugar melhor! Sabe que você fica linda com raivinha... Mas não fica com raivinha de mim não. Tá bom, eu não vou encostar em você. Não precisa gritar. Os vizinhos não precisam compartilhar do nosso desentendimento. Ela significa nada para mim. Foi só vacilo de homem. Testosterona. Sabe como é... E tem muita mulher oferecida por aí. Você mesma diz isso. Já vi muitas vezes você afirmar para as suas amigas que não existe homem fiel, apenas homem sem oportunidade. Então entendi que você esperava isso de mim. Não é mesmo? Não, eu não estou dizendo que te traí porque você queria ser traída. Apenas não sou um homem sem oportunidade e não resisti. Cínico, eu? Não estou sendo sincero. Fica calma. Quer um copo de água com açúcar? Ficar com ela? Não, eu não posso porque eu quero você. Minha Camilinha linda. Vem cá, vem. Larga esta mala! Não entendo a sua reação. Ela não significa nada para mim. Foi apenas um casinho... Você sabe que eu te amo. Se acalma. Vamos conversar, senta. Eu vou contar o que houve. Ela é a nova secretária do chefe. Bonita ela. Não como você. Mas é bonita. Os homens ficavam todos ouriçados quando ela passava. Cheios de comentários. Um dia ela começou a se insinuar para mim. E eu fiquei curioso. Resisti por uns tempos. Depois eu quis. Mas é um querer diferente. Era curiosidade mesmo. Saí com ela a primeira vez e foi fora do comum. De repente aquele acontecimento foi o melhor da semana. Saber que ela estava preocupada em me agradar. Eu pensava na escolha da lingerie. Dos detalhes que ela tinha se preocupado. Com você é diferente. Você já está aqui mesmo! Suas calcinhas estão todas na gaveta. E seus sutiãs, assim como as calcinhas, apenas parecem confortáveis. Você não se esforça mais para me seduzir. Já não somos novidades um para o outro. E eu fui muitas outras vezes. É verdade. Por isso eu fiquei distante de você. Mas como todo homem que se preza, eu neguei até o fim. Realmente não me preocupei com você. Apenas pensei em mim. Com o meu orgulho de macho. Outros gostariam de estar no meu lugar naquelas horas. Desculpa, eu sei que fui egoísta e canalha. Agora estou te pendido que pense em nós. Saber que você está pronta para sair por aquela porta me deixa desesperado. Não consigo imaginar a vida sem você. É com você que quero ficar! Por que você se levantou? Vai embora??
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Um comentário:
A coloquialidade como discurso e recurso para fomentar amplidão.
O texto parece colar como cola um grude novo.
Cola de sapateiro, Via, e das boas...
Muito bom, parabéns.
(Lerei a sequência)
Germano
www.clubedecarteado.blogspot.com
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